Campeonato após 2 corridas: Vettel domina; surpresas e decepções

   Continuação de 2010: Desde 2007/2008 a Fórmula 1 não usava uma temporada para dar continuidade à outra. Entre 2008 e 2009 as mudanças foram estrondosas em relação aos chassis dos carros, em 2010 nova pontuação, novas equipes e grande mudança na dupla de pilotos, também não foi nem um pouco semelhante à temporada anterior. Já a temporada de 2011 mesmo com grandes mudanças em relação à 2010, com novos difusores, novos pneus, novo kers e asa móvel, não parece, pelo menos nas pistas, mostrar grandes alterações. As três grandes equipes ainda são as mesmas, no bloco intermediário houveram algumas mudanças até agora pouco significativas, enquanto lá atrás Hispania e Virgin estão cada vez piores e a Lotus parece ter tido uma pequena evolução, mas ainda muito longe de pontuar.

   Domínio de Vettel: Em 2010 não houve um piloto a vencer mais de duas corridas seguidas, algo já conquistado por Vettel nessa temporada. Caso vença na China, o alemão repetiria um domínio que não ocorre na categoria há quase dois anos, e que nas poucas vezes em que ocorreu na primeira metade do campeonato o piloto conquistou o título mundial. Com duas pole-positions e duas vitórias nas duas primeiras corridas a temporada 2011 não poderia começar melhor para o atual campeão. Aqueles que ainda achavam que o piloto havia conquistado um título na sorte, hoje admitem que o piloto do momento na categoria não é Hamilton, Alonso e muito menos Schumacher, é um jovem alemão de 23 anos que corre em uma equipe nova, chamado Sebastian Vettel. 

   Decepções: Algumas equipes mostraram um bom rendimento na pré-temporada e já prometiam impressionar durante o campeonato de 2011. Entre elas Ferrari, Mercedes e Williams foram as que mais prometeram, e até agora as que mais decepcionaram. A Ferrari prometia ser concorrente à altura da Red Bull, mas tanto nas ruas de Albert Park quanto no misto quente de Sepang, a equipe se viu muito atrás da atual favorita e sequer subiu ao pódio. Para piorar os erros na classificação e nas paradas para troca de pneus a deixam atrás inclusive da McLaren. Título é mais do que um sonho para a escuderia vermelha.

   A Mercedes demonstrou um bom ritmo nos testes de inverno e a confiabilidade parecia ser a única pedra no sapato para a equipe vencer esse ano. Antes fosse. O rendimento da escuderia prata vai de mal a pior. Em 2010 não foi nem sombra de sua antecessora Brawn-GP. Agora em 2011 não é nem sombra do que foi no último ano, até agora a equipe tem sido um verdadeiro fracasso manchando o nome do multi-campeão Michael Schumacher e impedindo o jovem Nico Rosberg de crescer na categoria, é a nova "Toyota" da Fórmula1.

   Mas a maior das decepções neste início de temporada fica por conta da equipe Williams. O time mostrou um carro revolucionário na pré-temporada, demonstrou bom ritmo e ótima confiabilidade. Ainda atrás das grandes rivais a equipe mostrava rendimento e empolgação de time vencedor, o que não ocorre desde 2004. Mas até o momento isso parece ter sido pura ilusão, o novo carro foi o que pior se adaptou a nova asa, sem velocidade nas reta e descontrolado nas curvas, sequer coloca seus pilotos entre os dez primeiros na classificação e para piorar a confiabilidade se mostrou ser o grande ponto fraco. Nenhum dos dois pilotos sequer terminou uma corrida. A equipe corre contra o tempo para pelo menos pontuar na China.

   Surpresas: Enquanto algumas equipes tentaram o "pulo-do-gato" para 2011 e começaram decepcionando. Outras por outro lado mantiveram o pé no chão. McLaren e Renault, por exemplo, em momento algum essas duas equipes mostraram grandes ambições na pré-temporada. A Renault admitia que o novo carro era melhor, mas ainda se dizia cautelosa pois não sabia se alguma equipe adversária escondia o jogo ou não. Resultado, tem dois pódios em duas corridas, é disparada a melhor equipe do bloco intermediário colocando pelo menos um de seus pilotos entre os seis primeiros no grid, comete poucos erros e ainda se mostra humilde esperando a evolução das adversárias. Caso a equipe perca o ritmo durante o ano por falta de dinheiro, pelo menos o início de temporada já compensou o campeonato todo.

   A McLaren é outra grande surpresa, depois de mostrar um carro mal nascido, conseguiu em pouquíssimo tempo evoluir e voltar a andar na frente. Não tem o melhor carro no momento, mas é a única equipe a incomodar Sebastian Vettel, papel que muitos esperavam ser da Ferrari. Hamilton e Button admitem que o carro ainda deve melhorar se quiserem brigar pelo título de igual com o alemão, mas só o fato de estar em segundo no campeonato de construtores já é motivo de festa para a escuderia, em uma temporada que se esperava um fracasso total. 

   Turma de trás se mantém: Enquanto algumas equipes evoluem e outras decaem, há aquelas que simplesmente permanecem correndo por correr. Peter Sauber desistiu de vender sua equipe, que agora com um pouco de dinheiro e muito mais confiabilidade consegue brigar por pontos sem depender de abandonos. A equipe ainda segue sem grandes ambições, no famoso "correndo por correr". Toro Rosso e Force India não tem grandes patrocínios e sem dinheiro não sabem até quando poderão continuar na categoria, se aproveitam do fato de mais de 40% do grid pontuar, para marcar alguns pontos, mas sem nome e sem dinheiro não veem expectativa de um dia brigarem pelo título. 

  A Lotus evoluiu, mas muito menos do que prometia, os pilotos ainda nem ao menos veem oportunidade de passar da primeira parte do treino. Até agora a equipe está sendo motivo de risada de sua arque-rival Renault-Lotus, que por outro lado só impressiona. A Virgin apenas "brinca" de correr, duas empresas grandes investem dinheiro a toa na categoria apenas para promoverem suas marcas em um hobby desejado por muitos. Enquanto isso a Hispania sem bom senso se aproveita do fato da Fórmula1 ainda permitir carros de uma categoria abaixo.