Após três anos parado o alemão heptacampeão mundial de Fórmula 1, Michael Schumacher retorna à categoria com uma cobrança enorme feita pela mídia e pela própria torcida, que parece ver novos ídolos como Vettel e Rosberg, e ao invés de aplaudir Schumacher começa a vaiá-lo. Ainda é difícil entender o porque desta cobrança, desde de o primeiro momento em que Schumacher disse que voltaria, prometeu brigar novamente por títulos, mas para isso é necessário uma adaptação ao carro. Desde 2006 quando parou muitas coisas mudaram em um carro de Fórmula 1: os carros agora estão sem controle de tração, sem tantos apêndices aerodinâmicos e com mudanças no motor e nos pneus. Quem imaginou que o alemão iria vencer todas as corridas se enganou feio.
Mesmo adaptado ao carro, a Mercedes pode ter decepcionado muitos, que esperavam um domínio, assim como o da Brawn-GP em 2009, mas para aqueles que observam bem o ciclo da Fórmula 1 notaram que já no final do ano passado a Brawn não estava mais andando na frente, e aqueles que viram a pré-temporada também perceberam que ela jamais andou com os melhores tempos, seguiu próxima de Ferrari, Red Bull e McLaren, mas seria necessária uma evolução para que acompanha-se essas equipes e pudessem vencer. Porém assim como a Brawn fez em 2009, a Mercedes evoluiu muito pouco e logo equipes mais bem estruturadas como Renault e Williams puderam à alcançar e até equipes médias que vem surpreendendo como Sauber e Force India estão próximas da escuderia alemã. Mesmo assim Schumacher está muito atrás de Rosberg no mundial de pilotos, mas isto também não é motivo de críticas, pois o jovem piloto não ficou tanto tempo fora da categoria, e se adaptou ao carro muito antes de Schumacher, justamente na melhor fase da Mercedes no campeonato, quem compara os dois perceberá, que das últimas corridas até aqui não há uma diferença muito grande entre os dois. Nas corridas talvez Rosberg ande mais próximo dos líderes, e Schumacher permaneça a corrida inteira no mesmo ritmo intermediário, isso também tem uma explicação lógica. Rosberg é um piloto jovem e que pode estar no auge da forma física, o que lhe da condições de fazer um esforço enorme em algumas voltas de treino e no princípio de uma corrida. Já Schumacher com seus 41 anos corre com a cabeça, sabe como utilizar boas estratégias e já passou pela melhor forma física, não tem mais fôlego para guiar o tempo inteiro no limite, por isso ele se poupa durante a corrida andando sempre no mesmo ritmo.
Todos os pilotos que correm ou correram com uma idade avançada usam ou usaram a mesma tática. Inclusive pilotos vencedores como Niki Lauda, Jacques Laffite, Nigel Mansell, Ricardo Patrese, David Coulthard, Rubens Barrichello entre outros. Todos passam à correr em uma determinada fase mais com a cabeça do que com o físico. Mas ai pessoas fanáticas, acabam inventando que o fato do piloto ser heptacampeão o faz ser diferente. Schumacher realmente foi um ótimo piloto, competiu contra Prost e Senna, dois mitos da categoria quase que de igual para igual, e desde então foi o único piloto realmente perfeito, rápido e maduro ao mesmo tempo e que por merecimento corria em um grande carro, mas se alguém se propor a rever sua carreira inteira, vai perceber que ele cometeu vários erros, e poucas vezes venceu sem ter o melhor carro.
Após sua aposentadoria muitos inventaram que jamais existiria um piloto como ele, mas Hamilton e Vettel, pilotos da nova geração, ou até mesmo Alonso mostram ter uma carreira parecida, Schumacher não é um piloto de outro mundo, e sim mais um bom piloto. Como todos os bons pilotos que ficam muito tempo parados é natural uma grande demora para voltar aos tempos de glória, se é que ele realmente pretende voltar a vencer. Para muitos corre apenas por correr, já tirou da categoria a maior de todas as glórias.
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