segunda-feira, 20 de abril de 2009

Red Bull derruba Brawn e domina GP da China com vitória de Vettel

Acredite quem quiser, mas é verdade, novamente Vettel marca a pole e vence corrida chuvosa, dando à Red Bull o mesmo prazer que deu à Toro Rosso na última temporada de fazer a equipe vencer pela primeira vez na temporada. Não é só isso, os dois carros da Red Bull superaram os carros da Brawn e fizeram dobradinha. Renault, Williams e Toyota que se esperava que fossem dar trabalho ficaram longe das primeiras posições, mas a maior decepção ficou por conta da Ferrari. Massa e Raikkonen foram bem no início da prova, mas na segunda metade decaíram e a rica equipe italiana ficou novamente fora dos pontos, o brasileiro Nelsinho Piquet também não foi bem e esta com a corda no pescoço. Rubens Barrichello foi bem, mas novamente ficou atrás de Jenson Button. Com problemas nos freios e no fim nos pneus, acabou cometendo alguns erros e terminou em quarto um posto atrás de Button, que sem cometer erros vai aos poucos abrindo vantagem no campenato de pilotos.
Mas vamos à corrida. Que, com a forte chuva que caía sobre Xangai antes do início — e com as experiências de Sepang ainda vivas na mente de todos —, começou atrás do safety-car. E por muito tempo, aliás: o carro de segurança só foi para os boxes no final da oitava volta, quando o coreto do grid de largada já estava todo bagunçado, em um claro sinal da estratégia de alguns pilotos de usar pouco combustível na classificação.
O primeiro a parar por conta disso foi Nico Rosberg, na sexta passagem — antes dele, Adrian Sutil trocara os pneus e colocara combustível após ter escapado da pista em um trecho crítico, na última curva antes da linha de chegada, onde muita gente repetiu o gesto. Depois, o segundo colocado Fernando Alonso, uma volta antes do carro de segurança permitir o início de fato do GP.
E a largada, lançada como aconteceu em Monza no ano passado (lembram do vencedor?), logo mostrou que a Red Bull não estava rápida apenas por conta do pouco combustível de Vettel e Webber. Os dois abriram grande distância para as Brawn de Barrichello e Button, enquanto mais atrás Lewis Hamilton deixava Raikkonen na saudade e Massa galgava posições aos poucos.

Nas primeiras voltas, diversos pilotos cometeram toda sorte de erros, e em um deles Rubens foi ultrapassado por Button, perdendo a chance de ficar por mais tempo à frente do colega de time, criando já o cenário que se desenharia quando da bandeirada final.
Mas era mais atrás que as coisas estavam interessantes. Raikkonen foi ultrapassado por diversos carros, como os de Sébastien Buemi e Massa, e perdia posições a rodo. Um pouco adiante, Hamilton cometeu o primeiro de uma série de erros e viu Kovalainen — que, aleluia!, finalmente completou sua primeira volta no ano — à sua frente.
Quem também ia mal era Jarno Trulli. Sexto no grid, o italiano foi sempre muito lento durante seu período na pista, e acabou sendo vítima de um grave acidente causado por Robert Kubica na 19ª volta, quando já estava longe dos primeiros lugares. O polonês, que evoluia aos poucos, não conseguiu frear quando se aproximou do piloto da Toyota, e praticamente escalou a traseira do bólido nipônico com sua BMW Sauber.
Como resultado, Kubica foi aos boxes trocar o bico, enquanto Trulli ficou com a aleta em forma de bigorna quebrada, sem aerofólio, e abandonou. O safety-car entrou na pista para que a sujeira provocada pela batida fosse retirada do traçado — e aí quase que uma repetição do que acontecera há pouco muda o panorama da prova: Vettel, que já havia feito sua parada, estava em terceiro, quando Buemi encosta na sua roda traseira e quebra parte da sua própria asa dianteira. O alemão nada sofreu, mas o jovem suíço aproveitou para ir aos boxes arrumar o estrago.
Com o safety-car na pista, muitos pilotos aproveitaram para realizar suas paradas, recolocando Vettel na frente e alterando a classificação. E a F60 de Massa aproveitou para pedir arrego: com um problema elétrico, o carro do brasileiro simplesmente enguiçou em pena reta oposta. Fim de prova, e pela primeira vez Felipe fica três provas sem pontos desde que veste vermelho.
Aos poucos, a corrida foi ficando um tanto quanto "normal", mesmo com a chuva ainda forte no autódromo. O que mais chamou a atenção foi a terceira ultrapassagem de Hamilton sobre Raikkonen — provocada tanto pela falta de ritmo do finlandês quanto pelos erros do atual campeão, que por várias vezes escapou da pista ou rodou, perdendo posições importantes.Quem também se destacou mais pelos movimentos de balê, com belos giros, foram Sébastien Bourdais e Nelsinho Piquet. O francês conseguiu a façanha de rodar quando o carro de segurança ainda estava na pista, e enquanto estava na zona de pontos. Já o piloto da Renault provocou aquelas sacudidas de cabeça de "não, não, não" de Flavio Briatore ao perder a traseira e acertar as plaquinhas de publicidade feitas de isopor que ficam ao largo do traçado, quebrando parte da asa dianteira.Mas, justiça seja feita, até nomes habituados a grandes performances sob chuva erraram. Alonso rodou sozinho, também, e Barrichello não conseguia se aproximar de Button, assim como Hamilton conhecia as áreas de escape de Xangai.A partir da metade da prova, a chuva diminuiu, e Nico Rosberg chegou a fazer uma tentativa de usar pneus intermediários para ver o que ia acontecer. São Pedro, entretanto, não deve ter gostado, e mandou mais chuva no terço final da corrida.Que ia ver a consagração de Adrian Sutil. O piloto da Force India, assim como fizera em Mônaco, vinha em uma ótima colocação, aparecendo em quinto. Porém, restando quatro voltas para o fim, o alemão perdeu o controle do seu carro e estampou o muro de pneus, perdendo a chance de marcar os primeiros pontos para o seu time.
Como Vettel não tinha nada com isso, ele dosou o ritmo nas voltas finais, administrou a imensa vantagem que tinha sobre Webber e recebeu a bandeirada em primeiro, levando a RBR ao topo do pódio pela primeira vez. Button completou em terceiro, com Barrichello em quarto, e as McLaren de Kovalainen e Hamilton vieram na sequência. Timo Glock deixou o 19º lugar no grid para marcar dois pontos, e Buemi fez mais um ao levar a Toro Rosso ao oitavo posto.
Na classificação do Mundial, a superioridade ainda é de Button e da Brawn. O inglês chegou aos 21 pontos, abrindo seis para Rubens, enquanto Vettel assumiu o terceiro lugar com dez. Entre os construtores, a Brawn chegou aos 36 pontos, deixando a Red Bull em segundo com 19,5 e a Toyota um ponto atrás.
Final:

1

Sebastian Vettel

ALE

Red Bull Renault

1:57:43.485

56 voltas

2

Mark Webber

AUS

Red Bull Renault

+10.970

3

Jenson Button

ING

Brawn Mercedes

+44.975

4

Rubens Barrichello

BRA

Brawn Mercedes

+1:03.704

5

Heikki Kovalainen

FIN

McLaren Mercedes

+1:05.102

6

Lewis Hamilton

ING

McLaren Mercedes

+1:11.866

7

Timo Glock

ALE

Toyota

+1:14.476

8

Sébastien Buemi

SUI

Toro Rosso Ferrari

+1:16.439

9

Fernando Alonso

ESP

Renault

+1:24.309

10

Kimi Raikkonen

FIN

Ferrari

+1:31.750

11

Sébastien Bourdais

FRA

Toro Rosso Ferrari

+1:34.156

12

Nick Heidfeld

ALE

BMW Sauber

+1:35.834

13

Robert Kubica

POL

BMW Sauber

+1:46.853

14

Giancarlo Fisichella

ITA

Force India Mercedes

+1 volta

15

Nico Rosberg

ALE

Williams Toyota

+1 volta

16

Nelson Piquet

BRA

Renault

+2 voltas

Abandonos

Volta/motivo

Adrian Sutil

ALE

Force India Mercedes

51/acidente

Kazuki Nakajima

JAP

Williams Toyota

44/mecânico

Felipe Massa

BRA

Ferrari

23/mecânico

Jarno Trulli

ITA

Toyota

19/acidente

Tempo

Chuva

ar: 19-20°C | pista: 18°-19°C

Melhor volta

Rubens Barrichello

BRA

Brawn Mercedes

1:52.5


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