sábado, 30 de novembro de 2013

10 grandes pilotos da Fórmula 1 e suas histórias... Piloto 1 Ayrton Senna

   Ele encantou toda a Fórmula 1 em suas curtas 10 temporadas pelas quais passou. Desafiou os grandes chefões e até os pilotos queridinhos da época, foi conhecido em seu país por seu grande patriotismo e nas pistas pelo seu arrojo e por ser o piloto mais próximo da perfeição. É claro que o piloto número 1 dos 10 grandes é um certo Ayrton Senna da Silva.
Senna conseguiu levar o fraco carro da Toleman ao pódio em 1984
   O início: Desde quando chegou na Fórmula 1, Senna já procurava equipes grandes e que pudessem lhe dar um carro vencedor. Contudo, como quase todos os pilotos da categoria iniciou a carreira em uma equipe pequena. A Toleman era uma equipe esforçada, porém, sem dinheiro algum para evoluir o carro e com um motor que não chegava nem perto dos adversários. Senna tinha de início dois problemas, um era a velocidade do carro e o outro a confiabilidade do mesmo. Na primeira corrida no Brasil, o carro de Senna simplesmente desmontou na pista depois de poucas voltas. Senna lutou a temporada inteira contra ambos problemas e seu esforço valeu a pena. Foram 3 pódios na temporada com o carro fraco, um deles, no GP de Mônaco, ficou com um gostinho de vitória no ar, já que a corrida foi paralisada quando o piloto vinha com tudo pra cima do francês Alain Prost.
Em 1985 Senna conseguiu na Lotus sua primeira vitória na Fórmula 1
   O esforço de Senna o levou à uma equipe grande para a temporada seguinte. Em 1985 ele estreava na Lotus e já falava em brigar pelo título. A Lotus tinha um carro rápido, contudo lá o problema era outro. O motor Renault mesmo potente consumia muito combustível e os pilotos tinham que diminuir o ritmo durante a corrida para poderem chegar ao fim. Senna só conseguiu brigar por vitórias em corridas com pista molhada, um de seus pontos fortes, o piloto venceu duas corridas e deu um show na última corrida da temporada na Austrália. Com o 4º lugar no campeonato ele já recebia convites de Ferrari, McLaren e Williams para a temporada seguinte, mas seguiu na Lotus acreditando que o carro evoluiria nos anos seguintes.
Senna correu no limite em 1986
Com motores Honda Senna se despediu da Lotus em 1987
   Em 1986 a Lotus seguia forte, mas Senna tinha duas pedras no sapato, uma era o carro da Williams, disparado o mais rápido da temporada, o outro era o francês Alain Prost, no auge de sua carreira ficou conhecido como "O professor" pelas ótimas estratégias de corrida. Senna novamente foi 4º colocado na temporada e ficou conhecido por andar na frente na classificação e nas primeiras voltas e cair de rendimento com o decorrer da corrida. Em 1987 a Lotus passava a ter motores Honda e o consumo de combustível não era mais problema para a equipe que permitia que seus pilotos andassem sempre no limite. Senna até superou Alain Prost, mas a equipe Williams vinha ainda mais forte que a temporada de 1986 e Senna ficou em 3º no campeonato.
   Depois de três temporadas e 6 vitórias na Lotus, Senna resolveu se despedir da escuderia e assinou contrato com a McLaren para a temporada seguinte, levando consigo os motores Honda. 
Com o melhor carro da temporada, Senna começou a cometer erros bobos
   O auge: Em 1988 começava um dos casamentos mais bonitos da Fórmula 1. Ayrton Senna e a equipe McLaren. A escuderia inglesa vinha com tudo para superar a Williams que veio tão forte nas temporadas anteriores. Senna levou os motores Honda à escuderia e ajudou na construção aerodinâmica do novo carro, a Williams sem Piquet e sem os motores Honda não era párea para a nova McLaren. Contudo, Senna não contava com um certo Alain Prost dividindo o mesmo cockpit do piloto brasileiro. O bi-campeão mundial jamais aceitaria ser segundo piloto de equipe e se tornou o grande adversário de Senna na categoria. Mesmo bem mais rápido, Senna, ainda imaturo cometia erros bobos como a batida há poucas voltas do fim no GP de Mônaco e quando estava com o título nas mãos começou a cometer um erro após o outro. Primeiro quando liderava tranquilo no GP da Itália e se colidiu com um retardatário nas voltas finais, depois ao ter problemas e terminar fora do pódio nos GPs de Portugal e Espanha, ambos vencidos por Alain Prost.
Em Suzuka Senna fez uma corrida perfeita e levou o título de 1988
   Senna chegava à penúltima corrida da temporada no Japão com a faca nos dentes, seria campeão caso vencesse, mas teve problemas na largada e perdeu várias posições. Prost disparava na liderança e já era visto como tri-campeão mundial. Contudo uma leve garoa e o incrível entusiasmo de Senna mudaram as condições do campeonato. Senna começou a fazer ultrapassagem atrás de ultrapassagem, sem perder tempo logo estava em 2º. Prost com a garoa tirou o pé, Senna pisou fundo e sem dificuldades já ultrapassava o francês. Depois de várias críticas nas corridas anteriores, Senna fazia uma corrida perfeita no Japão, sem um único erro no fim conseguiu a vitória e finalmente o título mundial de pilotos. 
Em 1989 Ayrton Senna perdeu o título para Alain Prost
   Em 1989 Senna era o favorito para o bi-campeonato, contudo batidas nos GPs do Brasil e de Portugal, pane-seca no Canadá e três quebras de motor fizeram com que ele chegasse ao GP do Japão quase sem chances de título. Alain Prost seguia dando aulas de pilotagem e só precisava impedir a vitória de Senna para que ficasse com o tri. O piloto francês já havia assinado contrato com a Ferrari para a temporada de 1990 e não pensou duas vezes quando viu Senna tentar assumir a ponta nas últimas voltas da corrida e jogou o carro em cima de seu "companheiro" de equipe. A batida não tirou Senna da corrida que voltou para a pista, trocou o bico do carro, passou Alessandro Nannini e venceu a corrida. Contudo Prost recorreu à FISA pedindo a desclassificação de Senna por direção perigosa e por ter cortado uma chicane. O piloto brasileiro foi penalizado e Prost ficou com o título.
Em 1990 Senna deu o troco em Prost e levou o bi-campeonato
Em 1991 Senna finalmente vencia o GP do Brasil
   Senna prometeu vingança em 1990. Agora como primeiro piloto da equipe o brasileiro não pôs dúvida ao seu talento e provou ser o melhor da categoria ao superar Alain Prost, agora na Ferrari com o câmbio semi-automático e levar o bi-campeonato mundial. O piloto brasileiro simplesmente deu uma aula no francês cometendo poucos erros, não dando espaço para quebras e tirando o piloto francês na corrida decisiva do campeonato novamente em Suzuka. O troco estava dado.
Senna superou as Williams em 1991 e levou o tri-campeonato mundial
   Em 1991 Prost e a Ferrari já não eram mais páreos para Senna que parecia caminhar tranquilo para o tri-campeonato mundial depois de vencer as 4 primeiras corridas do ano, uma dela no Brasil, aonde o piloto quase desmaiou dentro do cockpit ao guiar as voltas finais com poucas marchas. O piloto enfrentava o auge de sua carreira e forma física, mas a Williams com os motores Renault e o retorno de Nigel Mansell complicaria o campeonato do piloto brasileiro. Nos circuitos de alta velocidade nada podia com o carro azul e com três vitórias seguidas Mansell se aproximava perigosamente de Senna no campeonato. Depois de 9 corridas o piloto brasileiro tinha 51 pontos contra 43 do piloto inglês. A McLaren teve que cortar orçamentos para a temporada de 1992 e antecipar o novo motor Honda já para a temporada de 1991. Senna voltou a vencer, ganhando os GPs da Hungria e da Bélgica e ficando com a mão na taça. 
   Nas corridas finais uma nova aula de Senna. O piloto brasileiro ao invés de andar no limite resolveu administrar as corridas, enquanto Mansell corria que nem um louco e sem paciência abandonou os Grandes Prêmios de Portugal e do Japão dando de vez o tri-campeonato à Ayrton Senna. O piloto já era aclamado como o maior piloto visto na história da categoria. Outros dois tri-campeões da época, Nelson Piquet e Alain Prost, passavam por uma péssima fase na categoria, enquanto todos viam o tetra de Senna como uma questão de tempo.
A McLaren fez um carro fraco para a temporada de 1992
Com um carro fraco, Senna foi o melhor piloto da temporada de 1993 
   O Show de Senna: O tetra-campeonato mundial de Senna era para todos uma questão de tempo. Contudo não viria tão rápido. Em 1992 a McLaren pagava caro por ter investido demais no carro de 1991 para segurar o título e o novo modelo não teve chances contra os carros da Williams, agora com suspensão ativa e câmbio semi-automático. Enquanto Mansell e Patrese passeavam nas pistas, Senna brigava com o carro lento e o motor que pouco rendia. Ainda assim o piloto brasileiro conseguiu no braço três vitórias na temporada, uma delas a inesquecível vitória em Mônaco aonde já vencia pela 5ª vez.
   Ao ver que a equipe decairia ainda mais na temporada de 1993 Senna não pensou duas vezes e assinou contrato com a Williams para o ano seguinte no lugar de Nigel Mansell. Porém, aconteceu algo que ninguém esperava. Alain Prost já havia conversado com o time azul para assumir o lugar de Patrese e não aceitou ter Ayrton Senna como companheiro. O piloto brasileiro teve que voltar para a McLaren, agora com motores Ford e sem chance alguma de título. 
O melhor piloto da Fórmula 1
   O ano de 1993 começou com a contagem regressiva para o tetra-campeonato de Alain Prost. Só que Senna resolveu dar o seu melhor e mesmo com um carro limitado fez uma temporada arrasadora. Brigou pela vitória na primeira corrida no GP da África do Sul, com a ajuda da chuva venceu os GPs do Brasil e da Europa, foi 2º na Espanha e venceu o GP de Mônaco, sendo visto como um fenômeno da categoria. Nos circuitos de alta velocidade, Senna se rendeu ao domínio das Williams, mas conseguiu nas duas últimas corridas da temporada se despedir da McLaren com chave de ouro, vencendo no Japão e na Austrália e dando um abraço amigável ao tetra-campeão Alain Prost que encerrava sua carreira na Fórmula 1.
Senna não começou bem a temporada de 1994
A má fase na Williams e o adeus: Em 1994 Senna finalmente chegava à Williams, aonde sonhava em pilotar desde que chegou à categoria. Porém, o clima lá era frio, diferentemente das demais equipes por onde Senna passara a Williams via acima de tudo os resultados, cobrando o piloto brasileiro a todo momento e não permitindo erros. A suspensão eletrônica, ponto forte da equipe nas duas temporadas anteriores era proibida. O carro enfrentava problemas de aderência sendo um dos carros mais difíceis de guiar na temporada. A Ferrari e a Benetton possuíam aerodinâmicas bem melhores e Alesi e Schumacher foram os destaques da pré-temporada, colocando em dúvida o favoritismo de Senna.
Schumacher e problemas no carro da Williams tiravam o sono de Senna
   No GP do Brasil, primeira corrida da temporada, Ayrton Senna calou os críticos e conseguiu a pole-position. Na corrida, porém o piloto teve dificuldades com as ondulações da pista. Pressionado o tempo inteiro por Schumacher, ele foi ultrapassado no pitstop e ao tentar se recuperar acabou rodando e abandonando a corrida. Schumacher vencia e já era visto como o grande adversário de Senna na temporada. No GP do Pacífico Senna voltou a fazer a pole-position, mas abandonou logo na primeira curva, Schumacher vencia de novo e as duras cobranças da Williams e as críticas acima de Senna inevitavelmente começavam a abalar o piloto brasileiro. 
A última curva de Ayrton Senna
   O clima nos boxes da equipe azul não era dos melhores em San Marino e só piorou depois do forte acidente de Barrichello e da morte de Ratzenberger. Senna junto com outros pilotos pediram o cancelamento da corrida e mudanças no controle de velocidade e no aumento de segurança nos carros. Os pedidos foram ouvidos pela FISA e pela FOM, mas não aconteceriam tão rápido e nada mudaria para as corridas seguintes, o GP de San Marino aconteceria normalmente. Senna pediu para não correr, mas foi forçado pelo chefe da equipe Frank Williams, temendo que Schumacher disparasse ainda mais no campeonato. 
A última vez que Ayrton Senna foi visto em um carro de Fórmula 1
   No grid Senna foi o último piloto a colocar seu capacete demonstrando auto grau de preocupação. Saiu na frente, acompanhado de perto pelo piloto alemão da Benetton. Ao tentar abrir Senna acabou simplesmente passando reto na curva Tamburello, bateu de frente ao guard-rail e deixou seu carro em pedaços. Após a batida o piloto deixou sua cabeça cair de lado deixando claro que não estava consciente. A equipe médica tentou reanimá-lo na pista, mas já era tarde demais. Senna foi levado às pressas para o hospital mais próximo e dali há poucas horas veio a confirmação do falecimento do piloto mais perfeito da história da Fórmula 1.
O legado: Senna não foi só um bom piloto de Fórmula 1, seu carisma com sua torcida fez dele algo inigualável sua disciplina e a busca pela perfeição fez dele um atleta a ser seguido e o motivo de muita alegria para a sua torcida. Após sua morte a Fórmula 1 finalmente reviu a velocidade de seus carros e os níveis de segurança, muitas das pistas mais velozes foram modificadas, os carros passaram a ter maior proteção nos cockpits protegendo bem mais os pilotos.
   Fora das pistas Senna também deixou um legado, muitos atletas usam parte de seu dinheiro ganho para doações. No caso de Senna sua família montou o "instituto Ayrton Senna" que vê como meta a caridade à crianças do Brasil inteiro. Na torcida, Senna foi visto como o piloto que deu maior alegria a quem o viu correr e o maior adversário que qualquer outro piloto temeria ter. Seu nome logo virou lenda e incentivo de busca à perfeição em qualquer esporte. Sem dúvida o melhor piloto de todos os tempos.
Ayrton Senna

Um comentário:

Paulo ricardo brasilia df disse...

Parabéns pela felicidade q vc proporcionou ao mundo !!!