domingo, 21 de novembro de 2010

Retrospectiva da temporada 2010: Um ano sem favoritos

   Sempre na Fórmula1 houveram os testes de pré-temporada, para adaptação dos pilotos aos seus carros e à algumas pistas. Nestes testes os tempos dos pilotos são comparados e se cria uma expectativa de como deve ser a temporada. Com o percurso dessa, aos poucos vão aparecendo zebras e destaques que não se esperavam. Quase sempre se chega à metade da temporada com os favoritos já definidos. Porém há alguns anos em que as coisas mudam e o restante da temporada acaba revelando um piloto que antes não havia citado entre os favoritos. Isto dificilmente acontece, normalmente o piloto que começa vencendo, mesmo perdendo o melhor rendimento no final da temporada acaba sendo o campeão. Mas as excessões acontecem e tanto o público como o próprio ciclo da categoria são pegos de surpresa. Foi o que ocorreu em 2010.
   Jenson Button: Vencendo duas das quatro primeiras corridas no ano, o campeão de 2009 Jenson Button se mostrou bem adaptado ao carro da McLaren e com erros das outras equipes e inclusive de seu companheiro de equipe ele parecia que estava rumando novamente para o título. Porém não abriu uma diferença confortável o suficiente para perder o ritmo como perdeu e continuar na frente. Abandonou as corridas de Bélgica e Mônaco, ficou sem pontuar no Grande Prêmio da Coreia. Subiu poucas vezes ao pódio, e saiu da briga pelo título na penúltima corrida, foi superado pelos pilotos da Red Bull, por Alonso e pelo próprio companheiro de equipe Lewis Hamilton. Termina o ano deixando no ar a imagem de um piloto campeão e só.
   Lewis Hamilton: Famoso pelo ótimo desempenho nos treinos e pelo arrojo nas corridas, Hamilton sempre será um candidato ao título todo ano que tiver um carro de ponta. Após começar de maneira desastrosa nas primeiras corridas, ele se recuperou rapidamente a ponto de chegar na metade da temporada como líder do mundial. Mas assim como em 2007, deixou o título escapar. Com os abandonos nos Grandes Prêmios da Hungria, Itália e Cingapura caiu para a quarta posição no campeonato. Na reta final obteve bons resultados, mas ainda assim não venceu corrida alguma e terminou o ano em quarto. Caso a McLaren evolua pode surpreender no próximo ano, caso mantenha-se no mesmo nível de Ferrari e Red Bull terá que parar de cometer erros se quiser ser campeão novamente.
   Mark Webber: Desde que entrou a Fórmula 1 em 2002 Webber sempre teve fama de bom piloto. Porém começou em equipes fraquíssimas como Minardi e Jaguar, chegou à Williams em 2005, ano em que essa equipe já não andava mais na frente. Ficou dois anos na equipe e junto dela deixou de receber elogios. Em 2007 foi para a Red Bull, equipe ainda nova na categoria. Após dois anos como equipe média, a Red Bull deu o pulo-do-gato em 2009, Webber começou a vencer, mas ainda assim foi superado por seu companheiro de equipe. Esperava ser coadjuvante em 2010. Mas com quatro vitórias chamou a atenção e chegou à ser cogitado como campeão da temporada. Porém o próprio piloto admitiu não necessitar tanto do título como seu companheiro. Abandonou com um erro bobo no Grande Prêmio da Coreia. Terminou atrás de Vettel no Grande Prêmio do Brasil e uma péssima estratégia em Abu Dhabi lhe tiraram o título de pilotos. Mas ainda assim foi um ano positivo para o australiano, que com certeza voltará à vencer se o carro o possibilitar.
   Fernando Alonso: Na Ferrari Alonso voltou à andar na frente. Já começou vencendo, mas a Ferrari foi superada por McLaren e Red Bull durante o ano e decaiu junto da equipe. Sem poder colocar os pilotos na disputa pelo título, a equipe apostou tudo nele. Venceu quatro corridas na segunda metade do campeonato, e chegou ao Grande Prêmio do Brasil na liderança do campeonato. Só dependia dele para conquistar o terceiro título, mas o mal rendimento da Ferrari na última corrida, sendo superada por McLaren e Red Bull lhe custaram o título. Pelo menos ele mostrou que está de volta e quem sabe em breve conquistará mais um título.
   O campeão: Com dez pole-positions e cinco vitórias, Sebastian Vettel foi em momento algum líder do campeonato. Sempre teve um bom carro, sempre era cogitado como favorito em todas as corridas. Mas problemas de motor, estratégias erradas ou até batidas com o próprio companheiro evitaram que ele liderasse o campeonato e chegasse à ser favorito, mas ao mesmo tempo jamais desanimou. Vencendo três das quatro últimas corridas ele superou todos os problemas e se tornou o mais jovem campeão da categoria. Sem em momento algum ser o favorito. Foi uma temporada à parte.

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