Um dos maiores pilotos na Fórmula 1 é sem dúvida Nelson Piquet. O piloto brasileiro além de ser tri-campeão mundial também foi algoz de pilotos Alain Prost, Nigel Mansell e Carlos Reutemann. Ficou famoso ao ganhar o campeonato de 1981 sem ter o melhor carro e seguir firme nos anos seguintes. Inovou na categoria nos setores aerodinâmicos e na suspensão ativa grande destaque da Williams no final dos anos 80 e início dos 90. Com fama de ser frio e duro com muitos é sem dúvida um ícone na categoria.
Piquet fez sua estreia na F1 pela equipe Ensign no final da temporada de 1978 |
O início: Nelson Piquet teve sua estreia na Fórmula 1 aos 25 anos de idade em 1978 no Grande Prêmio da Alemanha correndo pela fraca equipe Ensign. Em sua corrida de estreia largou apenas em 21º e abandonou a corrida após 30 voltas. Na corrida seguinte fora chamado para correr na McLaren, que não vivia boa fase. Em 3 corridas o piloto brasileiro largou no fundo do grid, abandonou duas e terminou uma em 9º. Na última corrida da temporada teve a chance de correr na Brabham que em fase não muito melhor que as demais equipes que passará não pode ir além de 11º lugar no GP do Canadá.
Fascinado pelo empenho do time, e o time fascinado pela vontade do piloto, ambos fecharam contrato para a temporada de 1979. Correndo ao lado de Niki Lauda, Piquet ganhou experiência na equipe e na categoria. Depois de uma temporada fraca, em que o piloto somou apenas 3 dos 7 pontos da Brabham na temporada, eles vieram muito mais fortes para a temporada de 1980. Agora Piquet mais experiente foi a peça chave do time, muito mais forte que antes e o único a andar no nível dos pilotos da Williams. Superou Carlos Reutemann e se tornou vice-campeão com 3 vitórias e 54 pontos, prometendo vir ainda mais forte na temporada seguinte.
O piloto brasileiro impressionou ao conquistar o título de 1981 sem ter o melhor carro |
O auge: Em 1981 Nelson Piquet e a Brabham, estavam determinados a lutar pelo título. A equipe Williams tinha novamente de longe os melhores carros, contudo os desentendimentos entre o atual campeão Alan Jones e o queridinho da equipe Carlos Reutemann, ajudaram e muito o piloto brasileiro. Depois de vencer o campeonato de 1980 com Alan Jones, a equipe Williams preferiu privilegiar Carlos Reutemann em 1981. Alan Jones não gostou nada da ideia e não só, não ajudou seu companheiro de equipe como também lhe tirou pontos importantes, como no GP dos Estados Unidos e da Itália aonde terminou na frente de seu companheiro de equipe. Piquet se aproveitou, venceu novamente 3 corridas e por 1 ponto se tornou campeão mundial chamando a atenção do ciclo da Fórmula 1, por vencer um campeonato sem ter o melhor carro.
Em 1983 Piquet supera Alain Prost e conquista o bi-campeonato |
Em 1982 a Brabham tentava seguir o modelo de Ferrari e Renault e estreava os motores turbo. De cara o carro se mostrou rápido, contudo houve várias quebras que tiraram as chances de título de Piquet, superado inclusive por seu companheiro de equipe Riccardo Patrese na pontuação final do campeonato. Em 1983 a Brabham resolvia os problemas de resistência do novo motor turbo e Piquet voltava a brigar pelo título. Porém havia um piloto de destaque tão forte quanto Nelson Piquet na categoria: Alain Prost. O piloto francês correndo pela Renault foi o principal adversário de Piquet na briga pelo título, em um ano em que não houve equipe dominante, ambos se destacaram e no fim Piquet mesmo com 1 vitória a menos superou por 2 pontos Alain Prost e se tornou bi-campeão mundial.
Nos anos seguintes de 1984 e 1985, Nelson Piquet e sua Brabham decaíram e não puderam deter as poderosas McLaren de Niki Lauda, campeão em 1984 e Alain Prost, finalmente campeão em 1985. Contudo Piquet seguiu forte, venceu 2 corridas em 1984 e 1 em 1985. Ainda assim fora superado em 1985 pelo jovem brasileiro que se destacava cada vez mais na categoria, um tal de Ayrton Senna. Piquet era dito como ultrapassado e o ciclo da Fórmula 1 via Senna destaque da Lotus e Mansell destaque da Williams como principais adversários de Prost em 1986. Contudo Piquet surpreendeu a todos ao assinar contrato com a equipe Williams, que vinha em fase muito mais forte que a Brabham. Ajudou o time a desenvolver um carro forte conhecido pela ótima aerodinâmica, além dos potentes motores Honda que consumiam menos combustível e a nova suspensão ativa, desenvolvida pelo próprio piloto brasileiro.
Mesmo como "2º" piloto na Williams Piquet superou Mansell e conquistou o tri |
Piquet superou Senna no campeonato e ainda disputou o título com seu companheiro de equipe Nigel Mansell e seu antigo arque-rival Alain Prost. Mesmo vencendo 4 corridas, um pneu furado na última prova lhe tirou o título e deu à Prost, que se tornara bi-campeão. Em 1987 a Williams vinha ainda mais forte, e Piquet finalmente com o melhor carro da categoria enfrentaria um problema que jamais imaginou enfrentar: seu companheiro de equipe. Não respeitando a ajuda de Piquet no desenvolvimento do novo carro, a equipe Williams escolheu Nigel Mansell como primeiro piloto da equipe. Piquet não quis nem saber e desafiou seu companheiro de equipe na pista. Mansell era extramente rápido fazendo 8 pole-positions e vencendo 6 corridas naquele ano. Contudo o piloto se atrapalhava em diversas corridas. Já bi-campeão mundial, Piquet se mostrou muito mais experiente e constante durante toda a temporada. Mesmo com apenas 3 vitórias ele conseguiu 11 pódios contra 6 de Mansell e pontuou em quase todas as corridas, conseguindo assim o tri-campeonato mundial.
No fim dos anos 80 Piquet viveu uma péssima fase na Lotus |
A decadência: A Williams foi fria com Piquet e se mostrou descontente com o título do piloto brasileiro, sem suportar ser tratado em uma equipe sem ser primeiro piloto Piquet resolveu sair, não aceitou ser companheiro de Prost com o qual já havia disputado dois títulos mundiais e resolveu ir para a Lotus, sua saída custou à Williams a perca dos motores Honda e uma péssima aerodinâmica na temporada de 1988, onde não conseguiram uma única vitória.
Na Lotus, porém, Piquet não se acertou como esperado. A equipe não evoluiu em relação à 1987, enquanto McLaren, Ferrari e Benetton vinham fortes. Piquet passou o ano inteiro sem vencer e terminou a temporada fora dos 5 primeiros na classificação final do campeonato. Junto com a equipe tentaram evoluir em 1989, contudo a falência estava estabelecida no time que perdeu os motores Honda e Nelson Piquet fez uma de suas piores temporadas na Fórmula 1, somando apenas 12 pontos e abandonando metade das corridas, sem nem ao menos subir ao pódios.
O adeus: Com quase 40 anos, Nelson Piquet ameaçou encerrar a carreira no final de 1989, mas de última hora resolveu assinar contrato com a equipe Benetton que crescia a cada ano. Em 1990 fez sua estreia no novo time, a equipe não era tão forte quanto Ferrari, McLaren e Benetton, contudo Piquet esteve constantemente entre os primeiros e impressionou ao vencer as duas últimas corridas da temporada, terminando o ano em 3º e sendo cotado como um dos melhores pilotos do ano.
O piloto brasileiro encerrou a carreira em 1991 correndo pela Benetton |
Em 1991 a Benetton vinha mais ambiciosa e programa um carro com aerodinâmica inovadora, o chamado "carro-tubarão" se mostrou nos testes muito mais eficiente que se antecessor e as más línguas colocavam Piquet na briga pelo título. Porém o carro só ficou pronto na 3ª corrida e se mostrou mais rápido do que o motor Ford poderia aguentar. Piquet abandonou os GPs de San Marino e Mônaco, ao ver a ótima fase da Williams e as 4 vitórias de Ayrton Senna, admitiu que não estaria na briga pelo título naquele ano.
Foi aí que surgiu sua última vitória na Fórmula 1. No Canadá Piquet fez a estratégia certa de pneus e aproveitou o abandono dos grandes concorrentes, inclusive de seu ex-companheiro de equipe Nigel Mansell na última volta e venceu pela última vez na categoria. Nas demais corridas o piloto brasileiro ficou brigando com o motor que foi desenvolvido durante a temporada, quando já era tarde a briga pelo título. Terminou o campeonato apenas em 6º superado pelos pilotos de McLaren e Williams e por Alain Prost que deixava a Ferrari. Foi cogitado correr no lugar do francês, mas ao ver a má fase do time vermelho e as exigências financeiras não correspondidas resolveu deixar o ciclo da Fórmula 1.
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