Retrospectiva da temporada 2010: Má fase dos brasileiros

     O Brasil é um dos países mais vencedores na Fórmula 1. Com títulos nas décadas de 70 e 80 e início da década de 90, ficou mais fácil e mais comum ver pilotos brasileiros na categoria. Porém são poucos os que entram e ficam por mais de duas temporadas, e ainda assim é menor o número daqueles que vencem. A expectativa para a temporada 2010 era muita boa. Com o retorno de Felipe Massa, as estreias de Bruno Senna e Lucas Di Grassi e a boa fase de Rubens Barrichello em 2009 era esperado que esse fosse um ano positivo para o país no esporte. Mas não foi. Nenhum dos quatro venceu. Apenas Massa e Barrichello pontuaram e ainda assim ficaram longe da expectativa.

    Felipe Massa: Massa retornou à categoria com promessa de boa fase. A Ferrari vinha bem melhor que em 2009, sem o kers, com novos patrocinadores, e com uma melhor aerodinâmica, porém também tinha um piloto novo, chamado Fernando Alonso. Massa teve a oportunidade de vencer duas corridas, mas em ambas a equipe favoreceu o companheiro de equipe. Mesmo em boa fase, McLaren e Red Bull também evoluíram e impediram de que a equipe Ferrari coloca-se os dois pilotos na briga pelo título. Alonso foi logicamente o escolhido, Massa ficou de lado. Começou à correr por ele mesmo, com péssimos rendimentos tanto nos treinos como nas corridas o piloto brasileiro foi esquecido no bloco intermediário, as vezes superado por pilotos de equipes até mais fracas. Terminou o ano de forma desastrosa e chegou à ser cogitado até que deixaria a equipe no fim da temporada. Mas renovou e espera pelo menos um melhor desempenho em 2011.

   Rubens Barrichello: Depois de fazer a melhor temporada da carreira, em 2009, Barrichello chegou em 2010 motivado. Sua nova equipe Williams prometia um carro competitivo e quem sabe uma vitória ou outra. Mas foi visto algo totalmente diferente. A Williams apresentou muitos problemas de motor e aerodinâmica no início do ano. Com um carro lento e limitado, Rubinho deve que aceitar o péssimo começo de temporada. Alguns poucos pontos já eram quase impossíveis. A equipe evoluiu bastante durante o ano, Rubinho teve um carro no nível de Renault e Mercedes nas últimas corridas. Conseguiu fazer boas provas, mas não obteve nenhum pódio e andou bem a baixo do esperado por ele mesmo para 2010. Promete evoluir em 2011 e com os novos pneus pirelli diz que a equipe dará o pulo-do-gato. Basta esperar para ver.

   Lucas Di Grassi: Fazia tempo que um piloto brasileiro não andava tão mal na categoria. Promessa vindo da GP2, Lucas Di Grassi teve que esperar bastante para entrar na Fórmula 1. Aos 25 anos ele finalmente chegou na categoria, mas em uma equipe muito pequena. Correndo na Virgin foi duramente superado pelo seu próprio companheiro de equipe. Ficou longe dos pontos e abandonou oito corridas. Sem patrocínios dificilmente correrá em 2011 e quem sabe quando terá outra chance. Chegou à ser cogitado como piloto de testes de Renault ou McLaren no próximo ano, uma vaga que ele deve aceitar.

   Bruno Senna: Sobrinho de Ayrton, Bruno Senna tem no nome a responsabilidade de seguir os passos do tio e andar na frente na Fórmula 1. Porém ao contrário de seu tio, Bruno Senna usa mais o dinheiro do que o talento. Com vários patrocinadores teve uma vaga garantida na pequena Hispania. Pior equipe da temporada que começou ruim e sequer evoluiu. Bruno fez uma temporada à parte competindo apenas com seus vários companheiros de equipe que se revezavam no segundo carro. Talvez corra em 2011 pela Lotus, talvez siga na Hispania, mas assim como Lucas Di Grassi também corre o risco de passar 2011 fora das pistas, uma vergonha para seu sobre-nome.